quarta-feira, 12 de maio de 2010

Fábrica de Ratos

O Brasil terá uma fábrica de camundongos que começará a funcionar em Campinas, interior de São Paulo, no mês que vem.
Pela primeira vez teremos um centro de produção e distribuição de cobaias geneticamente alteradas para uso em pesquisas biomédicas.
Esses animais cuja invenção rendeu premio Nobel de Medicina em 2007, são usados por Biólogos num sem-número de aplicações: desde a identificação de genes que infuenciam doenças Humanas e até testes de possíveis novos remédios. Porém o Brasil está atrasado nessa tecnologia.
A Bióloga Ivy Aneas trocou o institudo do Coração em São Paulo, pela Universidade de Chicago, EUA, pois sua área de estudos -a identificação, usando cobaias de genes relacionados à hipertensão -era impossível de perseguir no Brasil.
O novo Centro ficará hospedado no LNBio (Laboratório Nacional de Biociências) que funciona no Campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, mantido pelo MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia) em Campinas.
O objetivo do projeto, orçado em R$ 2 milhões, é produzir linhagens transgênicas de camundongos de acordo com a demanda para todo o país.
Um cientista da Paraíba, por exemplo, que queira investigar os efeitos do desligamento, de um determinado gene poderá mandar para campinas um pedaço de DNA capaz de "nocautear" o gene de interesse.
O conhecimento para produzir roedores nocautes já existe no Brasil. Vários animais do tipo são feitos no "varejo" em instituições como o Incor, a Unifesp, e o Instituto de Biofísica do Rio de Janeiro.
O que ainda não conseguimos fazer, foi montar estruturas de produção regular desses animais, afirma Xavier Neto -Chefe do Laboratório de Modificação do Genoma.
Primeiro porque é difícil encontrar animais saudáveis em quantidade no Brasil. A produção de um único nocaute envolve uma centena de embriões, gerados a partir de 3 ou 4 fêmeas.Para atender à demanda nacional seria preciso executar isso 4 vezes por semana.
Segundo, é preciso treinar técnicos e ter equipamentos como Microscópios especiais e Microinjetores (para injetar DNA nas células).
Isso tudo torna a produção cara: US$ 2,000 por nocaute, em média, o que torna a produção em escala difícil fora de um laboratório nacional que deverá fornece-los de graça.
Tanto o CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento) quanto o MCT, se dispuseram a financiar a iniciativa que deve ter ainda Recursos do Ministério da Saúde. 
Segundo Xavier, experimentos começam em junho, mesmo sem o recurso, com equipamentos cedidos pelo Incor, e pelo Instituto de Biofísica.


FONTE: Folha de São Paulo


Um comentário:

  1. Por mais que saiba da importância que há pesquisas com animais, não apoio muito...
    beijos

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